Num contexto de acelerada evolução, o consumidor de 2018 será cada vez mais sofisticado, trazendo consigo novas tipologias que, até agora, ainda não eram o foco das marcas. Assistimos, por isso, a uma mudança comportamental na relação entre a marca e o consumidor traduzindo-se na existência da novas tendências que se refletem, sobretudo, nas plataformas digitais.

Aos poucos, esta transformação vai tornar-se realidade, daí o interesse e relevância em elaborarmos o estudo das tendências consumer engagement para 2018. Em Portugal dêmos especial foco à obsessão pelo autêntico, um facto incontornável já que os consumidores são cada vez mais exigentes com os conteúdos que consumo e, por isso, menos predispostos a consumir conteúdos falsos, considerados publicitários e que possam desvirtuar a realidade. Nesse sentido, procuram a autenticidade e a veracidade – visível principalmente no comportamento das redes sociais já que a identificação e posterior partilha de determinado conteúdo é tanto maior quanto mais próximo da realidade ele for.

Há muito tempo que os conteúdos plastificados e trabalhados sob uma grande quantidade de filtros perderam o seu nível original de impacto perante os consumidores. As novas gerações de jovens, sempre on, sempre conectadas, recetores de um fluxo de informação constante e opções sem limites, desenvolveram novos sistemas de deteção de autenticidade nos conteúdos que merecem a sua atenção. Um bom exemplo é a pesquisa realizada junto de 1.450 mulheres, na qual 86% admitiu querer recomendações por parte de pessoas reais e onde 58% disse que para isso utilizava o YouTube, 52% o Facebook, 50% o Pinterest e 46% o Instagram.

As marcas precisam de ser cada vez mais autênticas e o reinado do Photoshop, e a tradicional ideia de que a realidade é alterada, têm os seus dias contados. O gosto pela autenticidade, com conteúdos baseados em pessoas reais que contem histórias verdadeiras, sejam elas de funcionários ou consumidores, contrasta com um crescente desinteresse por tudo o que sejam conteúdos muito produzidos, com os quais acaba por ser mais difícil se conectar, numa época marcada pelo imediatismo do Instagram ou Snapchat.

Os consumidores procuram cada vez mais conversar com outras pessoas e menos os estereótipos emocionais. Cada vez será menos relevante nas estratégias de ambassadors o alcance potencial e superior que uma celebridade ou influencer escolhida por uma marca tenha, ou a conexão real e autêntica com a marca e com a sua narrativa. Importa é que sejam criados laços profundos com o público – laços possíveis quando o público confia na marca, quando os conteúdos partilhados são verdadeiros. Esses são os fatores que pesarão nas decisões de compra e fidelização dos consumidores e os que mais os irão impactar.

A obsessão pela autenticidade e pelo real faz com que fenómenos como os youtubers ou os influencers estejam a transformar-se noutros mais próximos ao word-of-mouth que os consumidores mantêm com o seu círculo de amizades. Esse fenómeno impulsionou a multiplicação dos microinfluencers, que, embora tenham menos seguidores, mantêm níveis de lealdade e de engagement muito mais elevados; as opiniões e mensagens transmitidas por eles são vistas como de confiança, reais e verdadeiras. Por isso, se a marca conseguir encontrar entre estes micro-influencers um embaixador que alinhe os seus valores com os da marca, se identifique realmente com ela e partilhe conteúdos genuínos, terá nele um verdadeiro aliado da sua autenticidade.