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Escusado será dizer que as redes sociais têm provocado uma mudança cultural e sociológica. Para os sociólogos mais críticos, o progresso que estas geram não é um dado adquirido. É importante que não nos enganemos na ideia de que as redes sociais (e o mundo online em geral) vão mudar e melhorar a nossa qualidade de vida ou (pelo menos) criar uma sociedade mais democrática.

Se fizermos um exercício simples de pesquisa de notícias nos jornais mais importantes do mundo, veremos que a maioria das situações onde as redes sociais estão envolvidas são críticas e negativas para uma sociedade que procura um progresso justo.

Exemplos disto são vistos dia-a-dia no mundo da política onde as redes sociais e os media online está a ser usados para a criação de boatos e mentiras que impactam sempre a opinião livre do eleitorado (os últimos casos campanha presidencial francesa e dos EUA, com notícias falsas a serem criadas e viralizadas por bots). Este é um grave problema se tivermos em conta que redes sociais como o Facebook são  o lugar preferido da maioria das pessoas para se manterem informadas e que cada vez mais perdemos a noção (voluntariamente) da veracidade do que lemos na Internet. E, neste ponto, não vale a pena entrarmos no debate do que pode acontecer quando os danos são mais graves, com o aparecimento de fenómenos mais perigosos como, por exemplo, o da “Baleia Azul”.

Ainda assim, e apesar deste quadro negro, a ideia que aqui queremos transmitir é a de que devemos tentar ver com olhos menos críticos o uso que a sociedade pode dar às redes sociais.

 

#bedforawayfans: o mundo online precisa de mais exemplos destes

No passado dia 11 de abril, a poucas horas de começar o jogo da Liga de Campeões entre Borussia Dortmund e Mónaco, a cidade alemã sofreu três explosões no autocarro que transportava os seus jogadores até ao estádio. O jogador espanhol Marc Bartra ficou ferido e as duas equipas ficaram, naturalmente, em estado de choque. Poucos minutos depois, o Dortmund confirmou na sua conta de Twitter o adiamento do jogo para o dia seguinte, sublinhando que os bilhetes adquiridos pelos adeptos continuariam válidos.

Nesse momento, os fãs da equipa adversária tiveram uma nova preocupação: como adiamento do jogo para o dia seguinte, não tinham sítio para dormir. Começou assim o movimento viral no Twitter, como hashtag #Bedforawayfans, onde os fãs alemães do Borussia Dortmund ofereceram uma cama aos rivais franceses para estes passarem a noite. O hashtag gerou uma onda de fair-play com a partilha de fotos deste encontro solidário entre adeptos.

 

https://twitter.com/Clo_1993/status/852099347080773633

Uma lição única e necessária (até pelos tempos difíceis que o futebol atravessa em matéria de espírito desportivo e fair-play) que nos leva a acreditar que as redes sociais podem ser também o canal perfeito para um “ativismo positivo”. Porque uma das coisas únicas que as redes sociais nos trouxeram foi a possibilidade de quebrar as fronteiras entre o digital e o humano (real).

As redes sociais podem trazer o pior de nós, mas também o melhor. A aprendizagem é simples: sejamos humanos e aproveitemos as ferramentas de comunicação e sociológicas que estão entre nós.