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A vontade de escrever este artigo surgiu depois de ter ficado perplexa quando vi uma notícia sobre o facto de o IKEA ter criado uma app exclusiva para o novo IOS 11.

Apps há muitas – é certo – mas a verdade é que nenhuma delas me tinha fascinado como esta. Segundo as notícias que li e os vídeos-demo que vi, esta nova app do IKEA pretende proporcionar aos utilizadores uma experiência de realidade aumentada.

Mas porque é que eu me fascinei com a notícia desta app quando o tema da realidade aumentada tem sido largamente discutido nos últimos tempos?

Porque me lembrei daquele espacinho que está lá em casa e que, depois de tantas voltas que dei à cabeça, continua a estar vazio… Mesmo depois de ter ido à ZARA Home, à AREA, à CASA, até à VIVA, e nada! Só depois no IKEA é que encontrei um candeeiro de pé que ficaria espetacular mas, não tendo a certeza das medidas e farta de arrastar os pés por todas as outras lojas, decidi arriscar e levei o bendito candeeiro para casa e qual não foi o meu espanto quando percebi que aquela cor de mostarda afinal não casava com o azul petróleo do papel de parede!!

Foi quando me lembrei de todo aquele episódio, principalmente o de ir devolver o candeeiro e voltar a ficar com o mesmo espacinho intacto como se nada se tivesse passado, que me fascinei com a notícia desta app. É que foi exatamente para resolver situações desnecessárias como esta que nasceu a nova app do IKEA. É que esta nova app do IKEA permitir-me-á não sair de casa, deixar-me estar sossegada, sentadinha numa cadeira, a olhar para aquele cantinho, mientras vou passando o dedo pelo ecrã do meu telemóvel, admirando todo o portefólio da marca e, se gostar de alguma peça em particular, basta-me selecioná-la e ela “salta” diretamente do ecrã para o sítio em que a estava a imaginar.

Calma, não basta imaginar… isso seria já muito à frente.

Primeiro, a câmara do telemóvel tem de scanear a zona da casa onde pretendemos ver como fica determinado móvel e, uma vez identificado o local, o telemóvel projeta à escala aquilo que escolhemos ali ver.

Digam lá se isto não vai evitar muitas falsas-compras ou se não será uma loved-app tanto para homens que vivam sozinhos como para mulheres com pouco jeito para decoração?

No entanto, e porque nem tudo pode ser perfeito, os entraves, pelo menos para já, são: #1 esta app existe apenas para o novo Iphone cujo valor é absolutamente absurdo e eu não pago (!); #2 esta app está disponível nos EUA e no Japão onde eu não vivo.

Segundo responsáveis do IKEA, “esta será a primeira aplicação de realidade aumentada que permitirá fazer uma compra consciente”.

A verdade é que até ao momento, a realidade aumentada tem sido mais um entretenimento do que uma ferramenta verdadeiramente útil no nosso dia-a-dia. São os casos do Pokémon Go, ou de aplicações como o Instagram ou Snapchat, que deixam o utilizador ter orelhas de coelho ou focinhos de cão, mas que nada acrescentam verdadeiramente às nossas vidas…

Esta do IKEA não! Esta reduz-nos tempo, evita-nos chatices e proporciona-nos decisões acertadas.

Lia no outro dia uma entrevista onde Tim Cook, Presidente Executivo da Apple, dizia que acredita mais na realidade aumentada porque, enquanto a realidade virtual coloca o utilizador num local totalmente fictício, a realidade aumentada visa unir, em tempo real, os dois mundos. Trata-se de juntar o mundo real e o digital num só.

É exatamente isso que esta app faz e foi pela interseção das duas realidade que ela tanto me fascinou.

E o que significa isto para as marcas? Que apostar em formatos de comunicação inovadores como a realidade aumentada só poderá gerar retorno a longo-prazo quando estes forem pensados de forma a ter impacto no dia-a-dia das pessoas e servirem para melhorar a própria experiência de consumo. Caso contrário não passam de faits divers que rapidamente caem no esquecimento.